Foto: Luiza Castro/Sul21
Um ato em frente à
Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam), na tarde desta
quinta-feira (4), exigiu a realização de uma audiência pública em
Porto Alegre sobre o projeto Mina Guaíba, da Copelmi Mineração. A
manifestação, organizada pelo Comitê de Combate à Megamineração
no RS, que representa entidades ambientais, sindicais, associativas e
movimentos sociais, chamou atenção para os riscos que representa a
instalação de uma mina de carvão em uma área de 5 mil hectares
nos municípios de Eldorado do Sul e Charqueadas. Atualmente, o
projeto está em processo de licenciamento junto à Fepam.
De acordo com Heverton
Lacerda, um dos coordenadores do Comitê, é importante que a
população de Porto Alegre também participe do debate sobre a
instalação da Mina Guaíba. “É uma das cidades que pode ser
impactada caso aconteça algum problema com a mina Guaíba. Temos em
mente algumas catástrofes que já aconteceram no Brasil, como
Mariana e Brumadinho, então, a população tem direito de debater e
tomar conhecimento de algo que pode ser tão ou mais perigoso que
essas catástrofes”, afirma.
Carla Menegaz falou
sobre a situação em MG. Foto: Luiza Castro/Sul21
Carla Menegaz, de Minas
Gerais e que também integra o Comitê, destacou os riscos presentes
nos projetos de mineração, apesar do discurso de riqueza das
grandes empresas do setor. “O rio Doce está morto por causa de uma
mineradora. Não é riqueza, é morte do solo, da água, das plantas,
do ser humano, e querem trazer essa morte pro Rio Grande do Sul. Não
queremos morte disfarçada de progresso”.
O ato marcou a entrega
de um ofício à Fepam solicitando a realização de uma audiência
pública oficial. Segundo a deputada estadual Sofia Cavedon (PT), os
moradores da Capital e de outras cidades que dependem do Rio Jacuí
serão impactados “pela contaminação da água e do ar, pelas
cheias, pelo aumento pluvial”. “É inadmissível que o debate
oficial de escuta da população não aconteça também na Capital”,
afirma