Mulher acusada de matar e queimar os corpos do marido e do filho foi condenada a 37 anos e seis meses de prisão em regime inicial fechado. O julgamento ocorreu nesta terça-feira (27) e durou mais 10h, em Canoas, na Região Metropolitana de Porto Alegre. Segundo a denúncia, os dois foram mortos no intervalo de 45 dias, em 2013.
Ela ficou conhecida como "viúva negra", por ter fugido e mudado sua aparência para não ser reconhecida.
Diante dos jurados, Elisângela Rius negou os crimes: "Eu não matei meu filho e não matei meu marido", disse. Quando indagada sobre o estado civil, se declarou viúva.
Ela afirmou ainda que tinha um relacionamento complicado com o filho, que seria usuário de drogas, e por conta do envolvimento do jovem com traficantes.
Após o depoimento de Elisângela, foram ouvidos os argumentos de acusação e defesa.
O corpo de jurados acatou a tese do Ministério Público (MP), que qualificava os homicídios. Na morte do marido, o entendimento da promotora de Justiça Denise Sassen Girardi de Castro foi que o motivo era torpe e foi usado um recurso para dificultar a defesa da vítima. No assassinato do filho, também teria havido motivo torpe, meio cruel e ainda por ter sido executado para ocultar o primeiro crime.
O caso
Elisângela Rius é acusada de matar com um machado e atear fogo no corpo do marido Patrick de Moraes Marques, de 27 anos. O corpo foi encontrado no limite entre as cidades de Cachoeirinha e Canoas, ambas na Região Metropolitana.
Quarenta e cinco dias depois, na cidade de Triunfo, foi encontrado, também queimado, o corpo de Eduardo William Rius Mebius, de 16 anos, filho de Elisângela.
Ela foi presa em março de 2016 em uma casa localizada no bairro Guajuviras em Canoas, onde estava escondida há mais de um ano. Para não ser reconhecida, ela só saía do esconderijo usando uma peruca.
Elisângela foi presa após a mãe dela procurar a polícia para relatar que a filha cometeu os crimes e a ameaçou.
Conforme a denúncia do Ministério Público, Elisângela não aceitava e queria manter afastada do casal uma filha de Patrick. Já o adolescente teria sido morto porque ameaçou contar que a mãe havia matado o marido. Ao longo do processo, 19 testemunhas foram ouvidas.