O grupo de agentes e peritos da Força Nacional de Segurança enviado ao Rio Grande do Sul começa a trabalhar em conjunto com a Polícia Civil gaúcha nesta sexta-feira (25), com o objetivo de auxiliar a desvendar assassinatos em Porto Alegre. Segundo dados do Departamento de Homicídios, somente neste ano a cidade teve 669 homicídios e outras 665 tentativas.
Os integrantes da Força Nacional vão atuar exclusivamente na investigação de mortes que ainda não foram esclarecidas. Foram selecionados 40 inquéritos em andamento para os agentes ajudarem na investigação.
"Serão aproveitados esses policiais da Força Nacional em quatro delegacias de homicídios de Porto Alegre, justamente aquelas em que estamos verificando a maior incidência de crimes", afirmou o diretor do Departamento de Homicídios, Paulo Rogério Grillo.
A dona de casa Maria Luci Ramos conta que há dois anos tenta saber que aconteceu o filho Luciano dos Santos Ramos, de 19 anos. Ele e um amigo foram levados por criminosos de dentro de uma padaria no bairro Rubem Berta, na Zona Norte da cidade. "O pior é que você não sabe nem onde está, o que fizeram. Não sei de nada até hoje. Só queria entender o que aconteceu", lamenta.

Tesourinha, em Porto Alegre (Foto: Lisiane Lisboa)
Com os reforços, o Instituto-Geral de Perícias (IGP) espera ter mais agilidade na averiguação de fatos como o desaparecimento do filho de Maria. "A ideia é melhorar o atendimento e a rapidez com que a gente está entregando o resultado dos trabalhos", disse o diretor-geral do IGP, Cleber Muller.
O apoio dos agentes, no entanto, não atenua a falta de vagas no sistema prisional, que faz com que carros da Brigada Militar sejam usados como celas. Por volta de 13h30 desta quinta (24), havia nove suspeitos presos em cinco veículos. Eles foram algemados nas portas das viaturas, que ficaram estacionados na calçada. Parte da pista no trecho da Avenida Ipiranga, uma das principais da capital, em frente ao Palácio da Polícia foi isolada para permitir a passagem dos pedestres.
Sobre os presos em carros da polícia, a Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe) disse que trabalha para obter liberação de vagas e normalizar a situação.